O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), atendeu ao pedido da Polícia Federal (PF) e prorrogou, por mais 60 dias, o inquérito que investiga se o presidente Jair Bolsonaro (PL) cometeu crime ao relacionar a vacina contra a covid-19 ao vírus da aids.
Em despacho, Moraes argumentou a “necessidade de prosseguimento das investigações”. A transmissão em redes sociais que motivou a investigação foi realizada no dia 21 de outubro de 2021, e foi retirada do ar por Facebook, YouTube e Instagram.
Moraes também autorizou a PF a encaminhar ofício ao Google para que a empresa forneça, em dez dias, o vídeo da live original do presidente.
O pedido da PF foi feito na semana passada pela delegada Lorena Lima Nascimento. Na solicitação feita ao STF, ela informou que aguarda resposta a um pedido de informações direcionado ao Departamento de Saúde e Assistência Social do Reino Unido. O questionamento ocorreu após Bolsonaro alegar que pessoas do país estariam ‘desenvolvendo a síndrome de imunodeficiência adquirida [aids]’ devido à vacina contra covid-19.
A delegada também enviou ofício ao Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas (NIAID), sediado nos EUA, para saber se a instituição publicou alguma pesquisa com a conclusão de que o uso de máscaras está associado ao desenvolvimento de pneumonia bacteriana secundária.
Moraes contrariou PGR
A investigação foi aberta pelo ministro no dia 3 de dezembro de 2021. Na época, a Procuradoria-Geral da República se manifestou contra a abertura do inquérito, afirmando ao Supremo que já havia instaurado uma apuração preliminar sobre o caso. No entanto, Moraes afirmou que “não basta” à PGR apenas informar que foi aberta uma apuração preliminar. Segundo ele, é preciso haver supervisão judicial sobre o andamento do caso.
O inquérito foi aberto a partir de uma representação do senador Omar Aziz (PSD-AM), que foi presidente da CPI da Covid e atribuiu a Bolsonaro os crimes de delito de epidemia, infração de medida sanitária preventiva e incitação ao crime.
Revista Oeste